Sobre o
livro
A Torre Negra é o último volume da saga
do Pistoleiro e tem a função de por um ponto final na estória, e com essa
responsabilidade traz a seus assíduos leitores uma gama de reflexões,
surpresas, dissabores e contentamento.
Muitas pontas foram atadas, tanto as que
se originaram no Mundo Médio como as que foram importadas de outros mundos de
Stephen King, do mesmo modo que outras ficaram soltas e seus destinos a outras
obras pertencem. Sem rodeios, creio que King usou de toda sua veia política
para elaborar este término e promover a paz entre os leitores e o escritor,
neste contexto está explicito acabar bem, o que não significa absolutamente ser
satisfatório. Válido, sim. Inusitado, nem tanto.
Nas finalizações, o que mais me
incomodou foi a falta de uma apoteose para cada membro do ka-tet, neste quesito
quem melhor se saiu foi Oi, superando até mesmo o protagonista. O destino de um
dos revólveres 45 de seis tiros com sândalo em seu cabo também não foi muito
adequado, visto que era um símbolo, uma relíquia e devia ser respeitado como tal.
Ressalvas a parte, ficarei atento e na
esperança que a qualquer momento voltarei a acompanhar Roland em sua caminhada,
já aconteceu uma vez com O Vento Pela Fechadura, quem sabe ocorra
novamente.
Quando a fumaça azulada começar a subir
das pontas dos canos fumegantes dos grandes revólveres do Pistoleiro, estarei
lá, devorando as palavras que descreverão o momento, Porque o nosso negócio é
chumbo.
Sobre a
saga
Childe
Roland à Torre Negra Chegou
-Venho em
nome de Steven Dechain, ele de Gilead!
-Venho em
nome de Gabriele Dechain, ela de Gilead!
-Venho em
nome de Cortland Andrus, ele de Gilead!
-Venho em
nome de Cuthbert Allgood, ele de Gilead!
-Venho em
nome de Allain Johns, ele de Gilead!
-Venho em
nome de Jamie DeCurry, ele de Gilead!
-Venho em
nome de Vannay, o Sábio, ele de Gilead!
-Venho em
nome de Hax, o Cozinheiro, ele de Gilead!
-Venho em
nome de David, o falcão, ele de Gilead e do céu!
-Venho em
nome de Susan Delgado, ela de Mejis!
-Venho em
nome de Sheemie Ruiz, ele de Mejis!
-Venho em
nome de Pêre Callahan, ele de Jerusalem’s Lot e das estradas!
-Venho em
nome de Ted Brautingan, ele da América!
-Venho em
nome de Dinky Earnshaw, ele da América!
-Venho em
nome de tia Talita, ela de River Crossing e aqui vou depositar sua cruz, como
me foi pedido!
-Venho em
nome de Stephen King, ele do Maine!
-Venho em
nome de Oi, o bravo, ele do Mundo Médio!
-Venho em
nome de Eddie Dean, ele de Nova York!
-Venho em
nome de Susannah Dean, ela de Nova York!
-Venho em
nome de Jake Chambers, ele de Nova York, que chamo de meu único filho
verdadeiro!
-Sou Roland
de Gilead, e venho em meu próprio nome; você se abrirá para mim!
Assim Roland gritou os nomes de amigos, entes
queridos e companheiros de ka, enquanto caminhava entre as rosas; nomes que
soavam como se fossem ecoar para sempre.
Se esses nomes são estranhos a você e
não despertam nada em seu interior, recomendo que pare por aqui e vá conhecer a
saga, depois volte e talvez você entenda um pouco do que será divagado aqui,
caso contrário, continue.
Longa e árdua foi a caminhada até aqui
para aqueles que enfim chegaram até os portões da torre. Muitos se perderam
durante o caminho e outros desistiram, mas tudo tem um final, independente de
quem conta ou ouve a estória, independente das preferências e gostos dos
mesmos, o fim sempre chega, mesmo que seja para recomeçar!!!
Essa é uma divagação difícil, devido à
complexidade da saga, percorremos caminhos que em algum momento nos lembraram
de Tolkien e a Terra Média, de Arthur e sua corte, das estórias contadas sobre
Hogwarts, dos velhos faroestes espaguete, outras das obras de King, entre
diversas lembranças. Quase quarenta anos Stephen King levou para terminar esta
obra, as primeiras linhas correspondem a uma época onde o jovem King ainda não
tinha lançado o seu primeiro sucesso, não tinha dinheiro e ainda não era o
mestre do terror renomado que conhecemos. Uma ideia, uma inspiração e
provavelmente dívidas e dúvidas eram o que esse jovem tinha. Por fim, o sucesso
veio. Um livro, depois outro e assim sucessivamente, mas existia um projeto na
gaveta e King o visitava eventualmente, esse projeto virou realidade e, mais do
que isso, se tornou algo maior, maior do que a mão que segura a pena.
O que quero dizer é que metaforicamente
a Torre Negra representa a vida de pessoas como eu e você, mais do que isso a
vida do próprio King. Sem sombra de dúvida King tinha algo grandioso nas mãos,
mas fantasia e realidade se misturaram ao longo do caminho. Observe como a
partir do quinto volume King recorre a personagens de outros de seus livros
mais e mais vezes, personagens estes que nem existiam quando o Mundo Médio
começou a ser construído. Veja como ele recorre a si mesmo narrando fatos
verídicos de sua vida, olhe e observe como ele relata seus vícios, seu
acidente, a dívida que ele tinha com a saga e a forma que foi se disciplinando.
Junte tudo isso a um ou mais livros que estão sendo criados ao mesmo tempo,
some às cobranças dos editores, o compromisso com os fãs. A tudo isso faça uma
visita a cada personagem de King em seus respectivos livros e talvez você
compreenda a complexidade de tudo que margeia a Torre Negra. Essa é uma estória
sobre uma pessoa e um objetivo e tudo que é possível acontecer até alcançá-lo,
mas a grande pergunta é: o mais importante é alcançar o objetivo ou o caminho
percorrido para alcançá-lo?
Bem, em nossa própria estória é
impossível saber quando chegará o ponto final, logo que esta última linha não
convém a nós escrevê-la, pelo menos não nesse mundo, mas sempre podemos recomeçá-la,
independente do tempo que nos resta. Sobre a saga, o critério ficou a cargo de
King, muitos leitores se definharam em lágrimas segundo os comentários que li
em blogs e sites e alguns poucos discordaram, já a meu ver ficou faltando algo,
como quando contemplamos um quebra-cabeça de milhares de peças que forma uma
daquelas pitorescas paisagens, mas que está faltando uma quantidade irrisória
de peças em sua solução. Admiramos a visão e compreendemos o que vemos, mas
aquelas peças que faltam nos incomodam profundamente, vamos virar e revirar a
casa em sua procura e não importa quando e nem onde, só teremos paz quando as
colocarmos no seu devido lugar.
Na composição geral da saga, vejo o
primeiro volume como um grande mistério que nos prende em sua armadilha. O
segundo e o terceiro é uma preparação. O quarto é o ápice, o melhor de todos. O
quinto e o sexto voltam a ser uma preparação. O sétimo é como o primeiro, uma
armadilha que quando você pensa que saiu, escorrega e se vê novamente em suas
garras, isso devido a algumas pontas aparadas e a outras deixadas propositalmente.
leonejs.
Leia e Kontamine-se
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Ficha Técnica
Autor: Stephen King
Idioma: Inglês
País: Estados Unidos
Gênero: Ficção, Fantasia
Série: A Torre Negra
Editora: Donald M. Grant, Publisher
Lançamento: Setembro de 2004
Páginas: 845
Avaliação
Goodreads: 4,27
Orelha
de Livros: 4,0
Skoob: 4,6
Kontaminantes
(leonejs): 7,0
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