Comédias românticas são lançadas mais e mais a
cada ano, e são poucas as que se tornam realmente marcantes e inesquecíveis.
Algumas podem ser citadas de memória, Como Se Fosse a Primeira Vez (admitam,
mesmo com Adam Sandler, o filme é legal), (500) Dias com Ela (penso que se
encaixa no gênero) e E Se Fosse Verdade..., longa da vez. É certo que não é um
gênero que recebe tanto destaque e seja realmente significativo, mas nem sempre
uma película extremamente reflexiva e importante é legal (observem 2001 - Uma
Odisseia no Espaço), então, um filme com propostas mais descontraídas e com o
único objetivo de entreter às vezes é bem-vindo. Este é um longa deste porte,
que não passa disto, mas cumpre bem seu intuito e arranca boas risadas.
Clássico de canais fechados (que o diga a Fox),
E Se Fosse Verdade... presa um agradável e inocente alívio cômico,
trabalhando-o de forma a nunca se tornar chato, apelativo e impróprio. Uma cena
de bastante realce que prova o quanto a película é boa em proporcioná-lo na
dose certa até mesmo em situações de maior seriedade, se passa em um
restaurante quando David tem a missão de salvar a vida de um homem que teve
algum problema (David sabe o nome correto) sob o auxílio do espírito de Elizabeth.
Além, esta passagem se mostra muito importante para o decorrer do filme
consoante certas autodescobertas.
Abordando sutilmente questões como identidade e
personalidade, solidão, destino, comportamento conforme uma dolorosa perda, o
famoso afogar das mágoas no álcool (esta que, em certa cena, é explorada de
forma hilária em meio a um conflito de autodestruição e valorização da vida e
sanidade em um bar) e até mesmo como o trabalho pode acabar por sugar a vida de
um indivíduo ao invés de supri-la, o longa se aprofunda em reflexões que
remetem o valor de uma vida humana e o fardo de a ter sob sua responsabilidade.
Com uma sequência inicial que passa uma
impressão equivocada sobre que iremos acompanhar, a película mantém uma trilha
sonora bacana e condizente com o que vemos, ademais de conter um elenco
renomado que conta com a vencedora do Oscar Reese Witherspoon, o carismático
Mark Ruffalo e o conhecido rosto de Donal Logue, além de, com pouco tempo de
duração, conseguir nos fazer se apegar aos personagens.
Se aprofundando em um relacionamento que evolui
brilhantemente ao decorrer do filme até se tornar uma amizade e uma relação
mais sólida que acaba por demonstrar, de forma irônica e interessante, o quanto
uma pessoa em coma é mais viva do que outra consciente e normal e o quanto
ambas podem se ajudar até atingirem seu melhor estado, o longa trata a respeito
de um romance praticamente impossível e improvável, sobre persistência,
esperança e morte. Sempre cômica, a película ainda apresenta certos personagens
em uma passagem bastante engraçada que não passam de farsantes e outra
interessante que cai no senso comum de apenas crianças terem o dom de ver coisas
sobrenaturais.
Adentrando um universo, pode-se dizer, místico
e surrealista, o filme possui coadjuvantes pelos quais temos apreço, ademais de
um roteiro envolvente e satisfatório que nunca cansa. E Se Fosse Verdade...
merece ser assistido despretensiosamente e sem compromisso e, apesar de estar
repleto de clichês e seu desfecho não fugir do convencional, estes são até
mesmo bem-vindos e acabam por não pesar. Em suma, gostaria de ratificar que
minha nota será atribuída conforme as intenções do longa, ao que se propôs e da
maneira que o fez, além, obviamente, do quanto me agradou.
Matheus
J. S. 10
Divertidamente esta comédia romântica agradará
tanto quem curte comédia quanto quem gosta de romance. Sem piadas forçadas e
nem melado escorrendo da tela, abordando sutilmente assuntos como mediunidade,
sobrevivência por aparelhos, trabalho e família, este filme, estrelado por
Reese Witherspoon (Legalmente Loira, Johnny e June...) e Mark Ruffalo (Ilha do Medo, Os Vingadores...)
que compõem o casal romântico da trama, nos propõe vários momentos hilários em
diversas situações. Mark Ruffalo demonstra mais uma vez que se encaixa muito bem
em qualquer gênero de maneira despretensiosa.
O enredo, que gira em torno de uma pessoa
sentimentalmente destruída e outra sentimentalmente não construída e que ambas
entram em disputa por um apartamento de forma não tão convencional, flui de
forma agradável com começo, meio e fim coerentes. A versão assistida (TV) foi
dublada e não arranha o contexto do filme. Já falei por aqui sobre outros
entretenimentos que não tiveram um personagem que se sobressai durante a trama
fazendo uma quebra entre os principais, porém aqui Jon Heder cumpre isso muito
bem na pele de Darryl, o dono de uma livraria com poderes extras sensoriais
duvidosos. Uma das partes interessantes do filme é quando o médico no hospital
está no telefone e vai respondendo a protagonista em um diálogo que não existe,
mas funciona perfeitamente. Aprecio estas jogadas.
Simplicidade e harmonia fazem com que este
filme funcione de uma forma leve, descontraída e agradável, prendendo a atenção
de quem o assiste até o desfecho da trama. Comparado com outros títulos que
abrangem a mesma linha de enredo, este com certeza é um dos melhores, tanto que
mesmo assistido várias vezes não enjoa e nem perde o interesse. Recomendado
para toda a família e cinéfilos de plantão.
leonejs 8
Assista e Kontamine-se
Comente e Siga Nosso Blog
Avaliações:
IMDb: 6,7
Rotten: 56%
Filmow (média geral): 3,6
Adoro Cinema (usuários): 4,4
Kontaminantes (média): 9
Ficha Técnica Resumida (Wikipédia):
Estados Unidos
2005 • cor • 95 min |
|
Direção
|
Mark Waters
|
Produção
|
Walter F. Parkes
Laurie MacDonald |
Roteiro
|
Marc Levy (livro)
Peter Tolan Leslie Dixon |
Elenco
|
Reese Witherspoon
Mark Ruffalo Ivana Miličević Donal Logue Jon Heder Dina Spybey Ben Shenkman Rosalind Chao Caroline Aaron Ron Canada |
Gênero
|
Comédia romântica
|
Música
|
Rolfe Kent
|
Distribuição
|
DreamWorks
|
Lançamento
|
EUA
16 de setembro de 2005
|
Idioma
|
Inglês
|
Orçamento
|
US$ 58,000,000
|
Receita
|
US$ 102,854,431
(mundial)
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário